EVELYN REGLY - É Do BABADO

27 Nov 2018 08:34
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<h1>Mario, Doom, Bloodborne E Mais: Olhe As Maiores Zebras Da E3 2018</h1>

<p>Junho de 93, e a capa da Bizz caiu a dias do fechamento. Jarg&atilde;o de editor de revista - o que voc&ecirc; tinha planejado afim de capa, por cada explica&ccedil;&atilde;o, tinha dado errado, e voc&ecirc; era obrigado a inventar uma solu&ccedil;&atilde;o do dia afim de noite. Nem lembro o que era. Salva&ccedil;&atilde;o: meu chefe Jos&eacute; Augusto Lemos negocia com a gravadora do U2 uma audi&ccedil;&atilde;o do novo disco.</p>

<p>Toca eu para o Rio no dia seguinte, bate-volta. Numa sala fechada pela BMG ouvi sozinho Zooropa, duas vezes, anotando feito anormal e copiando todas as informa&ccedil;&otilde;es do encarte, e voltei para S&atilde;o Paulo. Saiu este texto abaixo, parido em duas tardes, capa da pen&uacute;ltima Bizz que editei. Na realidade s&atilde;o 3 textos, o principal, um a respeito da nova turn&ecirc;, e uma resenha do disco.</p>

<p>Foi inspirado por Neal Stephenson, autor de SnowCrash, e na leitura religiosa da revista Wired, minha b&iacute;blia pela data. Utiliza o U2 pra dizer do que me interessava naquele instante e prefigura os pr&oacute;ximos passos do autor - a saber, requisitar demiss&atilde;o para come&ccedil;ar minha pr&oacute;pria revista, editora, neg&oacute;cio, vida adulta.</p>

<p>N&atilde;o lembro de onde tirei tanta fato. Relendo, concluo que d&aacute; com o objetivo de ler at&eacute; hoje, vinte e um anos depois, e considerando que eu tinha 27, at&eacute; que me orgulho do repercuss&atilde;o. E Zooropa continua sendo meu disco favorito do U2, meio o que eu aguardava que David Bowie fizesse naquela altura do campeonato, e n&atilde;o fez.</p>

<p>Interessado: por esse texto em que a web &eacute; a principal protagonista, nenhuma vez aparece a palavra internet. O U2, vasto basti&atilde;o do “rock visceral”, produzindo hits pra discotecas? Uma banda cat&oacute;lica, posando junto a modelos seminuas? Radicalizaram certamente teu trabalho, com um disco ousad&iacute;ssimo. Andr&eacute; Forastieri tenta aprender o que se passa com esse universo muito estranho e sua maior banda de rock.</p>
<ul>
<li>Emita Nota Fiscal de</li>
<li>Use sub-t&iacute;tulos no assunto com sua palavra-chave</li>
<li>5 Hiperlinks Externos</li>
<li>quarenta e nove Avisar os usu&aacute;rios</li>
<li>Ganhar Dinheiro na web &eacute; simples</li>
<li>Insira M&uacute;ltiplos Hiperlinks</li>
<li>Raio-X Port&aacute;til</li>
<li>nove Copa do Universo de 2010 - Eliminat&oacute;rias da Am&eacute;rica do Norte, Central e Caribe</li>
</ul>

<p>Um grupo de rock formado por quatro irlandeses est&aacute; firmemente convencido de que cabe a eles compor a nova trilha sonora, catalisar os beats pelos quais todo o planeta dan&ccedil;ar&aacute;. Mais que isso, eles querem articular esse mundo fragmentado de altera&ccedil;&otilde;es cont&iacute;nuas de maneira art&iacute;stica e militante. Formar pontes de entendimento e intercomunica&ccedil;&atilde;o. Estar ali, na divisa do futuro.</p>

<p>Surfar pela Terceira Onda. O disco Achtung Baby e tua simult&acirc;nea Zoo Televis&atilde;o Tour prontamente tentavam afirmar as recentes regras do nov&iacute;ssimo jogo. Que n&atilde;o basta fazer m&uacute;sica - &eacute; preciso participar! U2 (&eacute; bom relembrar The Commitments: a Irlanda est&aacute; pra Europa como os negros blueseiros pra Am&eacute;rica W.A.S.P.). No entanto nesta hora Bono Vox, The Edge, Larry Mullen e Adam Clayton redefiniram seu conceito de milit&acirc;ncia.</p>

<p>N&atilde;o, o que est&aacute; mudando o universo &eacute; - um, 2, tr&ecirc;s - a tecnologia. Toda gente sabe: na virada do mil&ecirc;nio, o que passa pela televis&atilde;o passa por realidade. A populariza&ccedil;&atilde;o do controle remoto tem mais peso pol&iacute;tico que os conchavos dos engravatados - e a explos&atilde;o da interatividade far&aacute; de cada comprador divis&atilde;o de uma rede global de conhecimento, detalhes, atua&ccedil;&atilde;o e consumo.</p>

<p>O ind&iacute;cio mais &oacute;bvio nesse novo mundo est&aacute; nas nossas caras: a MTV (uma vitrine empastelante constru&iacute;da &uacute;nica e exclusivamente pra vender discos!) se tornou um aparelho pol&iacute;tico fundamental. Por que voc&ecirc; encontra que Clinton se elegeu? &Eacute; outro jogo, com algumas regras e o interessante &eacute; que o pr&oacute;ximo est&aacute;gio do capitalismo tem tuas regras na m&uacute;sica e na cultura pop. O U2 sacou que esse mundo novo &eacute; t&atilde;o filho dos investimentos em tecnologia, que o Pent&aacute;gono bancou nos anos 80, quanto do LSD.</p>

<p>T&atilde;o conectado ao marketing de batalha quanto ao esp&iacute;rito empreendedor da cultura punk. Economistas hardcore, samurais corporativos, futur&oacute;logos governamentais - todos concordam em uma coisa: estamos passando de uma popula&ccedil;&atilde;o industrial para uma sociedade informacional, em que o principal capital ser&aacute; o conhecimento. O setor estrat&eacute;gico da economia mundial, dizem os experts, passa neste instante a ser uma interface entre telecomunica&ccedil;&otilde;es, inform&aacute;tica e entretenimento. Tanto que montar uma “auto-rodovia informacional” virou prioridade do governo americano.</p>

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